Amazônia perdeu dois mil campos de futebol por dia de floresta de janeiro a maio
Somente no mês de maio foram registrados 178 quilômetros quadrados de desmatamento em Rondônia, 30% a mais que o mesmo período de 2021
Em apenas cinco meses, de janeiro a maio, a Amazônia perdeu mais de dois mil campos de futebol por dia de mata nativa. Os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados nesta sexta-feira, mostram que esse foi o pior resultado em 15 anos.
No mês de maio de 2022 foram cortados 1.476 km² de floresta, o equivalente a 44% do acumulado do ano. Em comparação com maio de 2021, houve aumento de 31%. A área de floresta derrubada atingiu 3.360 km² em 151 dias, de janeiro a maio, três vezes maior do que a Belém, capital do Pará.
Somente no mês de maio foram registrados 178 quilômetros quadrados de desmatamento em Rondônia. O número representa um aumento de 30% em relação a maio de 2021, quando foram desmatados 137 quilômetros quadrados.
Como o mês de maio foi o primeiro mês do período de seca na região, em que o desmatamento aumenta. O coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Souza Jr., afirma que o desmatamento pode aumentar ainda mais nos próximos meses e bater novos recordes. Segundo ele, o ‘verão amazônico’ termina apenas entre setembro e outubro.
Além do cenário de desproteção da floresta, seca e também as eleições podem agravar a situação.
“Além disso, 2022 é um ano eleitoral, outro contexto que está relacionado com o aumento da devastação, pois as fiscalizações tendem a diminuir”, explica o pesquisador.
A Amazônia legal é composta por nove estados e o Amazonas foi responsável pela destruição de 553 km² de floresta em maio, o equivalente a 38% do registrado em toda a região. Se comparado a maio do ano anterior, a destruição mais que dobrou – o aumento foi de 109%.
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