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Casal faz quebradeira em clínica odontológica após mulher reclamar de dor no dente: ‘Implantaram um chip na minha boca e escutam minhas conversas’

Um dia após quebrar a recepção de uma clínica odontológica em Belo Horizonte, Kênia Aparecida de Sá, de 27 anos, e o marido, de 31, conversaram com o g1 Minas, nesta quinta-feira (9) para explicar o que motivou a confusão.

Segundo eles, os problemas começaram em 2019, após um procedimento feito na mulher. O casal diz que os profissionais da clínica implantaram um chip na boca de Kênia e que, desde então, “todas as conversas da família são gravadas”.

“Em 2019 comecei um tratamento na clínica através de um convênio. Fiz a extração de dois sisos e, sem a minha autorização, eles implantaram um chip na minha boca e escutam as minhas conversas. Eu não vi quando colocaram esse chip já que estava sedada. Mas o meu marido viu que tem e o dentista não quer tirar”, afirmou Kênia.

Segundo Kênia, “após o chip ser implantado, tudo que é falado na casa da família, as pessoas da rua ficam sabendo”. Ela disse que foi até a clínica nesta quarta-feira (8) para tentar agendar uma conversa com um dos responsáveis para fazer a “retirada do objeto”.

“As funcionárias falaram que estavam no horário do almoço e mandaram que a gente falasse baixo, que calasse a boca. Nesse momento, meu marido não aguentou. Em nenhum momento, houve ameaça ou agressão contra elas, teve dano material, mas isso não é nada perto do transtorno que a gente tem desde 2019. Estamos sofrendo muito com esse chip”, afirmou.

Kênia disse que, ainda na tarde desta quinta, deve ir ao Instituto Médico Legal (IML) para provar que tem um chip na boca.

Em entrevista à TV Globo nesta quarta, a gerente da clínica, que pediu para não ser identificada, negou que tivesse alguma anormalidade no dente da paciente e disse ter sido ameaçada anteriormente pelo casal (leia mais abaixo). Um usuário do Twitter, que afirmou trabalhar no local, divulgou um relato sobre o caso nesta quarta. Até as 15h desta quinta, o post tinha mais de 135 mil curtidas.

Nesta quinta, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que um inquérito foi instaurado para apurar o caso. O casal não chegou a ser levado à delegacia para prestar esclarecimentos.

“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou inquérito para apurar os fatos registrados ontem (8/6), em uma clínica odontológica, no bairro de Lourdes. A investigação ficará a cargo da 2ª Delegacia de Polícia Civil/Centro e mais informações serão repassadas em momento oportuno”, diz a nota.

‘A gente age conforme as emoções’, diz marido

O marido de Kênia também conversou com o g1 Minas, mas pediu para não ser identificado. O homem afirmou que ficou nervoso na clínica, porque ele e a mulher tentam resolver o problema há anos.

“A gente age conforme as emoções, só precisamos tirar o chip dela. Já pedimos várias vezes e o dentista não tira. Tentamos conversar ontem e não quiseram nos ouvir”, disse.

O homem nega que tenha mostrado qualquer imagem de armas aos profissionais ou que tenha feito algum tipo de ameaça, como foi relatado por uma funcionária.

“Todas as vezes que fui lá eu estava com meus filhos. Jamais faria qualquer tipo de tumulto perto deles. Só precisamos resolver o problema da minha mulher.”

Mas as três crianças do casal presenciaram a quebradeira desta quarta e aparecem no vídeo.

‘Não tinha nada no dente dela’, diz gerente da clínica

À TV Globo, a gerente da clínica contou que a paciente esteve no local há alguns anos para realizar um procedimento e retornou em janeiro deste ano.

“Depois de muito tempo, ela voltou na clínica. Desde a primeira vez que compareceu com o esposo e os filhos, eles começaram a criar atritos, sempre se exaltavam. Chegaram dizendo que tinha ‘um corpo estranho no dente dela’”, afirmou.

“Verificamos na radiografia, não tinha nada no dente dela. Ela fez um procedimento protético e não tinha nada de errado com o dente.”

Mesmo diante do parecer dos profissionais, a paciente pediu que o dente fosse extraído e assinou um termo para a realização. Durante todo o procedimento, o companheiro ficou dentro da sala atrapalhando o trabalho do dentista.

A cirurgia foi tranquila, segundo a funcionária, mas Kênia não seguiu as orientações de repouso. Dias depois, o casal retornou à clínica e voltou a reclamar.

“Eles relataram que o dentista tinha colocado um microchip dentro da boca dela, que era possível ouvir todas as conversas do WhatsApp. No primeiro boletim de ocorrência, creio eu, consta o relato do esposo. Nada que dizíamos funcionava”, disse.

“Registramos o boletim no dia 25 de janeiro. Pedimos que procurassem outro lugar, já que houve uma quebra de confiança entre paciente e profissional. Depois disso passamos a receber ligações ameaçadoras. Depois de um tempo, eles pararam e voltaram nessa quarta quebrando tudo.”

Sobre o caso

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, uma funcionária contou que o casal chegou ao local, na Rua dos Guajajaras, bairro de Lourdes, procurando por um dentista.

Ao ser informado que o profissional estava no horário de almoço, o suspeito alegou que ele “havia implantado um chip na boca de sua esposa em data passada e que a companheira estava sentindo muita dor”.

Durante a conversa, a paciente reclamou mais uma vez, momento em que o homem deu um soco no braço de uma funcionária, conforme o registro policial, e passou a quebrar tudo.

Ameaças

Em conversa com a TV Globo, funcionárias contaram que o homem já tinha feito ameaça quando foi ao consultório em uma outra data.

“Hoje, eles apareceram novamente querendo conversar com algum responsável da clínica ou com o administrativo. Só que no momento todos estavam no horário de almoço. Foi aí que ele se exaltou e começou a quebrar a clínica. A esposa dele também. Abrimos outro boletim de ocorrência e a gente espera alguma providência”, contou uma funcionária, que pediu para não ser identificada.

“Eles começaram a criar atritos e problemas aqui na clínica. Dentro do consultório, o esposo dela chegou a mostrar uma foto de arma para um dentista (em outra data)”, disse outra trabalhadora, também sob anonimato.

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