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Duas cidades do interior de Rondônia estão como mais violentas do país, aponta pesquisa

Os dados são do 16º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (28)

Duas cidades do interior de Rondônia estão entre as 10 mais violentas do país e são elas: Santa Luzia D’Oeste (RO) em quarto lugar no ranking e a segunda cidade do estado, é São Felipe D’Oeste (RO), que aparece em quinto lugar no ranking.

Os dados são do 16º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (28).

O indicador produzido pelos pesquisadores usou como referência o índice de mortes a cada 100 mil habitantes. Neste ano, a novidade foi a inclusão de municípios pequenos, com um cálculo proporcional relacionando a quantidade de moradores e as mortes violentas intencionais que reúnem os casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes por intervenção policial.

Procurado pelo Diário da Amazônia, o governo estadual não se posicionou até o fechamento desta reportagem.

Entre as capitais que apresentaram alta nos índices estão: Manaus (48,9%), Macapá (31,2%), Boa Vista (9,9%), Porto Velho (8,6%), Teresina (9,5%) e Salvador (3,4%).

A região Norte tem quatro capitais que apresentaram maiores números de mortes violentas também teve aumento na violência em 2021 (9%).

Norte

O anuário também mostra que, entre as 30 cidades com as maiores taxas médias de mortes violentas entre 2019 e 2021, 13 estão na Amazônia. Onze delas são rurais, com pequenas populações atingidas pela violência extrema.

Segundo o estudo, quase todos os 13 municípios estão próximos a terras indígenas e a fronteiras com outros países que contam com a floresta em seus territórios. Um exemplo é Japurá (AM), na divisa com a Colômbia, perto da rota de tráfico de Tabatinga. Ali, no meio rural, são 114 mortes violentas a cada 100 mil habitantes.

Na Amazônia Legal, demarcação que reúne oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão, a taxa de mortes violentas é de 30,9, superior à média brasileira, de 22,3.

O levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública considerou um recorte de três anos, entre 2019 e 2021, “para evitar distorções”, já que assassinatos registrados em apenas um ano seriam insuficientes para indicar o fenômeno em cidades de pequeno porte.

Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum, disse que os crimes na Amazônia tem relação com à omissão do Estado somada à presença de facções criminosas, que transportam armas e drogas para o país. Segundo ele, o crime organizado se aproveita da ausência das Forças Armadas em áreas fronteiriças ou em terras indígenas para controlar as ações ilegais no território.

“O crime organizado tem exercido um papel de ‘síndico da Amazônia’, controlando a economia do crime. Isso envolve o garimpo, a pesca ilegal, o combustível clandestino e até a prostituição. É como a milícia no Rio, ocupando as brechas deixadas pelo Estado”, compara.

O presidente do Fórum vê ainda um cenário de impunidade fortalecido pela precária estrutura das forças de Segurança nessas regiões. “No Acre, há apenas 78 delegados de Polícia Civil. Em Roraima, são 56. O delegado é o cargo responsável por fazer as investigações criminais. Com isso, dá para perceber o quanto é difícil fazer Justiça na Amazônia”, analisa.

Brasil

Das 30 cidades mais violentas do país, há 19 rurais, oito intermediárias e três urbanas. Pará é o estado que lidera o ranking (7 cidades), seguido de Bahia e Rio Grande do Norte (5 cidades cada um) e Ceará (4 cidades).

Japurá (AM) é a menos populosa delas, com apenas 1.755 moradores, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A mais populosa é Anapu (PA), com 29.312 habitantes, ainda segundo o IBGE.

O Brasil apresentou, em 2021, queda de 6% do número de mortes violentas, tendência já observada desde 2018. A redução dos crimes, porém, se deu de forma irregular pelo país. A região Norte, por exemplo, foi a única onde o índice, em movimento contrário, cresceu.

Em 2021, foram 47.503 vítimas e 22,3 mortes violentas para cada 100 mil habitantes —menor taxa desde 2011, primeiro ano em que o índice foi registrado. Entre os alvos, 91% são homens, 78% são negros e 51% são jovens.

Já na região Norte houve um aumento de 9% nas mortes violentas, com uma taxa de 33,3 casos para cada 100 mil habitantes. É a segunda maior taxa entre todas as regiões, ficando atrás apenas do Nordeste (35,5).

Entre os estados, o Amapá tem a maior taxa (53,8). O crescimento mais acentuado em relação ao ano anterior, porém, se deu no Amazonas.

Em 2020, o estado teve 1.121 vítimas de mortes violentas intencionais. No ano seguinte, foram 1.670 –um aumento de 49%.

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