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Indígena de Rondônia discursa na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima

Txai Surui falou em inglês e pediu ações imediatas pelo clima na COP26

A ativista do povo Paiter Surui, Txai Surui, foi a única indígena a discursar na abertura oficial da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que acontece na Escócia (Reino Unido), entre 31 de outubro e 12 de novembro de 2021.

A indígena rondoniense discursou em inglês e pediu para que as ações de proteção sejam aplicadas de imediato, a fim de conter as mudanças climáticas. “Precisamos de um caminho diferente com mudanças ousadas e globais”, destacou perante líderes de todo o mundo.

A fala da rondoniense ganhou destaque mundial e revelou uma nova geração de indígenas que luta não apenas pela terra e cultura local, mas se preocupa com a transformação do mundo e da defesa do meio ambiente global.

Txai é filha do cacique Almir Surui, ativista mundialmente conhecido pela defesa da Amazônia em especial das terras do povo Paiter Surui, em Cacoal, Rondônia. Além de ativista indígena do povo Paiter Suruí, é fundadora e coordenadora do movimento da Juventude Indígena de Rondônia.

Brasil promete reduzir 50% de emissão de carbono até 2030

Pela terceira vez em menos de um ano, o Brasil refez sua meta climática. Nesta segunda-feira (1°), quando foram feitos os discursos de abertura da COP26 em Glasgow, na Escócia, o ministro do Meio Ambiente brasileiro, Joaquim Leite, apresentou uma nova meta de redução de emissões de gases de efeito estufa.

No discurso, Leite anunciou uma redução das emissões de carbono “mais ambiciosa” já para 2030, com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

Bolsonaro não participa da COP26

O presidente Jair Bolsonaro não participa da COP26. Ele enviou uma mensagem em vídeo que foi exibida antes da fala do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Nela, afirmou que o Brasil é uma “potência verde” e que “sempre fez parte da solução, não do problema”, disse o presidente na gravação.

Ainda de acordo com Bolsonaro, o governo federal dispõe de linhas de crédito e investimentos que superam US$ 50 bilhões para projetos de conservação e restauração florestal, agricultura, energia renovável, saneamento, transporte e tecnologia da informação.

“Esses recursos vão impulsionar a economia, gerar emprego e contribuir para consolidar o Brasil como a maior economia verde do mundo”, prometeu.

Leia o discurso de Txai Surui na íntegra:

Meu nome é Txai Suruí. Tenho apenas 24 anos, mas meu povo tem vivido na Amazônia por pelo menos 6 mil anos.

Meu pai, o grande chefe Almir Suruí, me ensinou que devemos escutar as estrelas, a lua, o vento, os animais e as árvores. Hoje o clima está aquecendo, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, e nossas plantas não florescem como antes. A terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo.

Uma amiga me perguntou: continuaremos pensando que os ferimentos de hoje podem ser resolvidos com pomadas e analgésicos, embora saibamos que amanhã nossas feridas só serão mais profundas? Precisamos de um caminho diferente com mudanças ousadas e globais.

Não é em 2030 ou 2050, é agora!

Enquanto você fecha os olhos para a realidade, o defensor da terra Ari Uru-eu-wau-wau, meu amigo desde criança, foi assassinado por proteger a floresta. Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática e nós devemos estar no centro das decisões que acontecem aqui. Temos ideias para adiar o fim do mundo.

Deixemos de emitir mentiras e promessas falsas; acabemos com a poluição das palavras ocas e lutemos por um futuro e um presente que possam ser vividos. É sempre necessário acreditar que o sonho é possível. Que a nossa utopia seja um futuro na Terra.

Obrigada.

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