Polícia indicia mãe por suspeita de assassinar filho de 3 anos e pede prisão preventiva dela à Justiça
Mulher de 37 anos foi indiciada por homicídio qualificado por meio cruel contra Gael Freitas Nunes. Crime ocorreu na segunda-feira (10) em São Paulo. Ela teria tido surto psicótico, segundo a Polícia Militar (PM).
A Polícia Civil indiciou uma mulher de 37 anos por suspeita de assassinar o filho, Gael de Freitas Nunes, de 3 anos, em São Paulo. A investigação também pediu à Justiça a conversão da prisão em flagrante da mãe para a prisão preventiva. Até a última atualização desta reportagem não havia uma decisão judicial a respeito da solicitação.
O caso ocorreu na segunda-feira (10). Gael estava com a mãe na cozinha quando a tia-avó chegou entrou no cômodo após ouvir choro e barulho de vidro quebrando. De acordo com a polícia, a mãe teve um surto psicótico.
Segundo o boletim de ocorrência, a mulher foi indiciada por homicídio qualificado por meio cruel. O documento também afirma que o menino foi socorrido e levado de ambulância para um hospital após ter sido encontrado desacordado, ferido e com parada cardíaca no apartamento onde morava com a mãe, a irmã dele de 13 anos e uma tia-avó da mulher na Bela Vista, no Centro da capital.
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Foi a tia-avó quem pediu ajuda. Segundo ela, a mulher estava em estado de choque, sem falar nada.
Marcas de agressões
A Santa Casa de Misericórdia informou que Gael não resistiu e morreu no hospital. Segundo o registro policial, médicos que o atenderam contaram que o menino tinha sinais de maus-tratos pelo corpo. O documento informa que ele tinha marcas de agressões na cabeça. A 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Cambuci, apreendeu um anel da mãe porque, segundo os investigadores, ele é compatível com uma lesão na testa da criança.
O motivo do crime ainda é investigado pela polícia, que requisitou câmeras de segurança do prédio onde a família morava para saber se elas gravaram algo que possa contribuir para o esclarecimento do caso.
Em entrevista ao Jornal Hoje, o advogado Fábio Costa, que faz a defesa da mãe, disse que “ela está em estado de choque. Não lembra de muita coisa. Ela foi questionada quando acordou e retomou a consciência. Ela disse que viu pessoas puxando ela do banheiro, e teve um desmaio. Quando acordou, já estava em um carro, com luzes, com muitas pessoas. Acredito que seja o momento em que estava o Samu ou Polícia Militar”.
Segundo a polícia, outro advogado dela, Sérgio Henrique Sarmento Barros, havia pedido que sua cliente fosse solta e encaminhada para internação compulsória num hospital psiquiátrico, já que testemunhas contaram que a mulher teria tido um surto psicótico antes de cometer o crime e ainda teria tentado se suicidar em seguida, bebendo um produto de limpeza.
Mas a delegada Camila Safe Maier Hage prendeu a mulher nesta terça-feira (11) após interrogá-la. Ela também pediu à Justiça que a mãe fique detida até seu eventual julgamento pelo assassinato do filho.
“Demonstra a crueldade com que a autora agiu em face de seu filho”, informa trecho do boletim de ocorrência do caso, que atribuiu à Justiça a decisão de realizar algum exame de insanidade mental na mulher. ” [A mulher] não está fazendo nenhum tratamento psiquiátrico e não há nenhum diagnóstico confirmado.”
Antes de ser presa, a mãe chegou a ser encaminhada ao Hospital do Mandaqui, na Zona Norte, onde foi medicada e atendida por um psiquiatra. Apesar disso, o médico não confirmou se ela teve mesmo surto psicótico nem se tentou o suicídio.
Segundo policiais, a mulher foi interrogada nesta terça-feira, mas, até a última atualização desta reportagem, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não havia informado qual foi a versão que a mulher deu para o que ocorreu com Gael. A indiciada está detida na carceragem feminina do 89º Distrito Policial (DP), no Portal do Morumbi, na Zona Sul da cidade.
“A dona de casa foi encontrada pelos policiais militares em estado de choque no banheiro da casa em que mora e foi socorrida ao Hospital Mandaqui. Após alta médica, a mulher foi encaminhada à 1ª DDM, onde foi ouvida e indiciada. Ela foi levada à carceragem do 89º Distrito Policial, onde aguarda audiência de custódia. A autoridade policial aguarda o resultado dos laudos periciais, que estão em elaboração, e trabalha para esclarecer todas as circunstâncias da morte da criança”, informa trecho da nota da pasta da Segurança enviada ao G1.
Quarto da criança
Segundo os peritos que estiveram no apartamento logo depois do crime, o quarto de Gael era o único que não tinha uma cama, apenas um colchão velho no chão, diferentemente dos outros cômodos da casa. Também foi notado que não havia nenhum brinquedo na casa, todos estavam ensacados em um canto na área de serviço.
Em depoimento, a tia-avó de Gael informou que a criança tinha o costume de dormir com ela ou no quarto da mãe. Sobre os brinquedos, ela disse que não sabia que eles estavam ensacados.
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