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Técnica em enfermagem de Vale do Paraíso morre no deserto entre México e EUA ao tentar atravessar com um grupo guiado por “coiote”

A mãe de Lenilda relatou em um áudio que a filha foi abandonada pelo grupo dela no deserto e morreu de fome e sede

Lenilda morreu tentando entrar nos EUA pelo deserto do México.

Uma técnica em enfermagem do estado de Rondônia, que reside na região de Ouro Preto do Oeste, no município de Vale do Paraíso, morreu nesta quarta-feira (15/09) quando tentava atravessar o deserto da fronteira do México com os Estados Unidos, após permanecer no deserto abandonada por um grupo que continuou a viagem.

A mulher, identificada por Lenilda Oliveira, que trabalhou no Hospital São Lucas de Ouro Preto do Oeste, e na UBS Ana Regina Cordeiro, de Vale do Paraíso, morreu quando tentava atravessar ilegalmente o deserto nos Estados Unidos, ela teria sido deixada para trás pelo grupo que era guiado por um suposto coiote, conforme relatos em áudios a familiares.

Um parente da técnica em enfermagem contratou uma pessoa no México que retornou ao deserto e encontrou Lenilda desmaiada. Lenilda teria ficado para trás e não fez contato com ninguém por um longo período. A profissional de saúde deixa duas filhas.

Ontem, familiares fizeram contato e o mexicano contratado retornou ao ponto no deserto onde Lenilda foi deixada. Ela ainda foi levada a um hospital, porém não resistiu e veio a óbito.

Em um áudio enviado a uma amiga, a mãe de Lenilda afirma que sua filha morreu de fome e sede, e foi abandonada pelo grupo com quem ficou por cerca de um mês aguardando para atravessar a fronteira.

“Minha filha acabou morrendo no deserto de fome e sede, abandonada pelos amigos que (durante) trinta dias ficaram juntos. Chegou no deserto ela não conseguiu andar, coitadinha e eles foram embora e deixaram ela sozinha no deserto. Ela morreu com fome e sede, nem água deixaram pra ela nem nada de comer”, disse.

Comentários na cidade dão conta que Lenilda teria passado muita sede e sofrido exaustão, e que em seu último áudio ela tinha dificuldades para falar.

Uma técnica em enfermagem do Vale do Paraíso, amiga de Lenilda fez uma postagem nas redes sociais lamentando a perca de uma amiga muito querida, que partiu dessa vida buscando realizar o seu sonho de ter uma vida melhor em outro país”.

Lenilda morreu tentando entrar nos EUA pelo deserto do México. Em maio deste ano, dois homes, de 31 e 39 anos, morreram tentando entrar na fronteira.

A colega de Lenilda também faz um apelo para as autoridades políticas brasileiras pedindo que eles desenvolvam políticas públicas que devolvam oportunidades e dignidade, tornando desnecessário aventuras como a dessa moradora de Vale do Paraíso que perdeu a vida tentando entrar nos EUA.

“Digo aos nossos governantes que é preciso devolver a nós brasileiros o orgulho pelo nosso país e a possibilidade de o povo ter uma vida digna aqui, sem a necessidade de se arriscar em caminhos tão sofridos para ter melhores condições de vida. A família enlutada peço a Deus que abrande o sofrimento e conforte o coração de vocês”.

De acordo com o informativo Jornal do Comércio e o jornal O Estadão, somente no mês de maio de 2021, dois brasileiros morreram no deserto da fronteira dos EUA com o México. Sidney da Silva, de 39 anos, foi encontrado morto nos Estados Unidos após atravessar ilegalmente a fronteira do país, ele era natural de Minas gerais, e morava em Ferruginha, distrito de Conselheiro Pena.

No dia 05 de maio, o corpo de outro brasileiro, Fabricio da Silva Santos, 31 anos, foi encontrado morto próximo da fronteira do México com os Estados Unidos. Fabricio também era mineiro de Guanhães e teria morrido afogado ao tentar atravessar o Rio Bravo. A mulher e um filho de um ano de Fabricio já estariam morando nos Estados Unidos.

Fonte: Correio Central

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