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Xenofobia x Qualidade de vida: Brasileiros que moram em Portugal falam sobre a realidade dos imigrantes em terras lusitanas

Em entrevista, brasileiros contaram como são tratados vivendo nas principais cidades do país. Nesta semana, uma brasileira foi vítima de xenofobia no aeroporto de Porto, chegando a ser chamada de ‘porca’ por uma portuguesa.

Nesta terça-feira (7), a imigração de brasileiros em Portugal foi assunto no Brasil e na terra lusitana. Isso porque uma brasileira, que morou em Bragança Paulista (SP), foi vítima de xenofobia no aeroporto de Porto.

“Pode filmar o que você quiser, pode até pôr na internet. Sua porca. Vai para a sua terra, sua porca. Sou portuguesa de raça. Você que é brasileira. Vá para a sua terra. Estão invadindo Portugal, essa raça de filha da p***”, disse a portuguesa.

Em Brasília, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, rebateu o ataque xenófobo. “Se for isso, nós temos direito por reciprocidade, porque em 1.500 eles invadiram o Brasil e nós estamos de acordo. Concordo até que repatriem todos os imigrantes que lá estão devolvendo junto o ouro de Ouro Preto e aí fica tudo certo, a gente fica quite”, disse Dino.

O número de brasileiros que vivem em Portugal vem aumentando a cada ano – é o que mostram os dados estimados do Itamaraty.

Segundo o balanço do Itamaraty, atualmente Portugal concentra a maior comunidade brasileira na Europa, com cerca de 360 mil imigrantes estimados, superando o Reino Unido, em segundo lugar, com 220 mil.

Lisboa, em Portugal — Foto: Skitterphoto/Creative Commons

Lisboa, em Portugal — Foto: Skitterphoto/Creative Commons

Enfrentando preconceitos

Um desses imigrantes é o estudante João Vitor Costa, de 24 anos. Natural de São José dos Campos, no interior de São Paulo, aos 18 ele desembarcou na cidade do Porto para fazer faculdade e atualmente estuda mestrado em Cinedivulgação da Ciência.

João Vitor Costa vive em Portugal desde os 18 anos de idade — Foto: Arquivo pessoal

João Vitor Costa vive em Portugal desde os 18 anos de idade — Foto: Arquivo pessoal

Ele contou a reportagem que foi para Portugal por gostar da cultura, do povo e do jeito de viver dos portugueses. Além disso, segundo ele, a nova geração portuguesa tem a mente mais aberta, mas os casos de xenofobia partem do aspecto de idade e classe social dos lusitanos.

“Eu vim para Portugal porque tinha a vontade de conhecer outro lugar, gosto da cultura e o povo, do jeito de viver dos portugueses. Ainda assim vejo, aqui em Portugal, a nova geração com a mente mais aberta. Esses casos de xenofobia têm muito a ver com o aspecto de idade e classe social. Na maioria dos casos, é o pessoal mais antigo do país, resultando nesse racismo estrutural que vemos”, disse.

O próprio João conta que já presenciou outro caso de xenofobia no país, envolvendo ele, um entregador e um morador da cidade. Tudo aconteceu no estabelecimento da namorada de João.

“Minha namorada tem um bar e nós estávamos descarregando mercadoria e um carro tentou estacionar no local em que o carro do entregador estava. Aí começou uma discussão por conta da vaga, mas depois que perceberam que eu e o entregador éramos brasileiros, a discussão tomou outro rumo”, explicou.

“O senhor passou por cima do meu pé com o carro e a esposa dele falou que iria chamar a polícia. Minha namorada disse a ela para chamar porque nós estávamos certos e foi aí que a mulher disse: ‘Voltem para vossa terra’, que é a primeira coisa que eles costumam falar para brasileiros nessas situações”.

Fonte: G1

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